O maior conflito ideológico já visto. Do lado capitalista, tínhamos a maior potência econômica da história, os Estados Unidos, e seus aliados mais poderosos, como Reino Unido, França e Alemanha Ocidental. Do lado socialista, a poderosa União Soviética tentava expandir sua influência para o ocidente, ao lado de aliados como a China, que futuramente assumiria seu lugar como grande país socialista do planeta.
Nunca houve um conflito direto entre EUA e URSS, no entanto, suas disputas estiveram no campo tecnológico, armamentista, cultural e muito mais, e serão sobre esses embates que iremos debater hoje.
O Nascimento da União Soviética
A situação não era nada boa no Império Russo. Enquanto o restante da Europa evoluía, investindo na indústria, e com grande parte dos países sendo governados por democracias ou monarquias parlamentaristas, a Rússia seguia sobre o comando de uma monarquia absoluta, centralizada na figuras dos czares e presa a um modelo econômico focado no campo.
O último dessa linhagem, seria Nicolau II. Em 1898, O Partido Social-Democrata Russo é fundado, e seria de extrema importância para a futura Revolução Russa. Em 1905, duas catástrofes balançaram a imagem já manchada do Czar. A Rússia foi batida em uma guerra contra o Japão, até então, uma nação fraca militarmente. No mesmo ano, houve o Domingo Sangrento, quando soldados mataram centenas de manifestantes que protestavam contra Nicolau, por ordem do mesmo. Na tentativa de acalmar os ânimos, o imperador decidiu criar uma espécie de parlamento fantoche, chamado Duma. No entanto, o povo estava decidido a acabar com seu reinado.
A Primeira Guerra Mundial foi a gota d´agua para os russos, que passavam por uma miséria nunca antes vista, e sofriam derrota atrás de derrota para as tropas alemãs, desejando a retirada do país do conflito. Nesse momento, Vladmir Lênin, líder do partido Bolchevique, lançou as teses de Abril, com o intuito de revoltar a população contra o Estado, prometendo melhores condições de vida. O Imperador estava fraco e seu regime teve fim ainda em 1917. Para impedir problemas futuros, os Vermelhos eliminaram Nicolau e toda a sua família em 1918.
Uma vez no poder, os Bolchevique, mantendo um governo altamente centralizado passaram a oprimir violentamente qualquer forma de resistência contra seu novo regime, em um momento conhecido como Terror Vermelho.
Nesse contexto, alguns democratas se uniram com ex-czaristas e forças estrangeiras, enviadas de EUA, Reino Unido, França e outros países capitalistas, para deter o governo de Lênin e seu líder militar, Trótski, formando o exército Branco. A Guerra Civil Russa, durou de 1918 até 1921, e resultou na derrota final dos democratas, e o controle total de Lênin.
No entanto, a tão prometida melhora não ocorreu. 6 milhões de camponeses sucumbiram para a fome, e o governo esmagava qualquer forma de crítica, totalmente diferente da promessa de liberdade prometida anteriormente, e essa seria a tônica desse regime pelos anos que se seguiram.
O nome URSS, se deu apenas em 1922, com a anexação de áreas vizinhas, como Letônia, Lituânia, Moldávia e outros, sobre o poder de um único governo centralizado na Rússia e partido único. Para estancar a crise, Lênin lançou o plano ´´Um passo para trás, e dois para frente´´, permitindo propriedade privada em território soviético e se abrindo levemente ao capitalismo.
Após a morte de Lênin em 1924, um nome ainda mais forte tomaria seu lugar, Joseph Stálin, que tomou posse em 1929, se tornando o ditador supremo da União Soviética.
Através do suor de seu povo, Stálin elevou seu país a primeira posição do ranking militar, com armas e tecnologias super avançadas, transformando sua nação em uma potência mundial. Stálin confiscou fazendas privadas e as transformou em enormes postos de trabalho sobre seu comando e liderou horrores como o Holodomor, ou, a Grande Fome da Ucrânia, onde barrou a entrada de alimento no país, condenando milhões a morte.
Milhares de pessoas sucumbiram ao tentar se opõr ao seu poder e não russos foram deportados e condenados a trabalhos forçados, enquanto a propaganda estatal pregava um período de paz e avanços.
Agora, vamos contemplar a situação Norte-Americana no mesmo período.
A Ascensão e Queda dos EUA
Os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial em 1917. Inicialmente, o país adotou uma política de neutralidade, mas vários fatores influenciaram sua entrada no conflito. Entre eles estavam os ataques de submarinos alemães contra navios americanos, como o afundamento do RMS Lusitania, e a descoberta do "Telegrama Zimmermann", no qual a Alemanha propunha uma aliança com o México contra os EUA.
Em abril de 1917, os EUA declararam guerra à Alemanha. Rapidamente, mobilizaram um grande exército e enviaram tropas para a Frente Ocidental. A participação americana teve um impacto significativo na guerra, trazendo recursos, mão de obra e apoio moral aos Aliados.
Em 1918, com o avanço das tropas americanas e aliadas, as Potências Centrais estavam enfraquecidas. A Alemanha enfrentava problemas internos e uma série de derrotas militares. A pressão crescente levou à assinatura do Armistício de Compiègne, em 11 de novembro de 1918, marcando o fim do conflito.
O Tratado de Versalhes, assinado em 1919, estabeleceu os termos de paz e impôs duras condições à Alemanha. A Primeira Guerra Mundial resultou em mudanças significativas no equilíbrio de poder global, o colapso de impérios, a reconfiguração de fronteiras e a criação da Liga das Nações como uma tentativa de manter a paz mundial.
Naquele momento, os EUA estavam no topo do mundo. Reino Unido, França, Alemanha e outras potências europeias, estavam em dívida com eles, e agora, dependiam do seu mercado para se reerguer. O dinheiro dava em árvores naquela época, e os americanos em um povo orgulhoso, da grandiosidade militar e econômica de sua nação.
Um verdadeiro surto de produção ocorreu em 1922, com a economia estadunidense disparando a índices nunca antes vistos. Esse foi o momento do surgimento do famoso slogan ´´The American Way of Life´´, baseado na formação de uma família tradicional e no intenso consumo. Eletrodomésticos começaram a ser vendidos em massa, liberando as donas de casa para passarem mais tempo na rua, e investirem em produtos de beleza. Os jovens poderiam ter um carro sem muita dificuldade, agora que o método do magnata Henry Ford, produzia um carro por minuto. O álcool era uma febre, e quase 100% dos maiores de idade americanos desfrutavam desse vício, fazendo com que a Lei Seca foi assinada em 1920, proibindo o comércio de bebidas, algo que resultou no tráfico delas, a exemplo do mafioso AL Capone, que se tornou notório por isso. O cinema e o teatro também deslanchavam, com o país rapidamente se tornando um grande centro cultural.
Cidades como Nova York se tornaram verdadeiros monumentos, com prédios colossais e visualmente deslumbrantes, ostentando todo o poder dos Estados Unidos.
Tudo parecia bem, até a Europa iniciar uma retração econômica, e passar a produzir novamente seu próprios bens de consumo, fazendo com que a produção norte-americana fosse desperdiçada. Essa a era do capitalismo financeiro, centrado em Wall Street, e seria palco da derrocada dos EUA.
Com a queda no preço das ações. vários acionistas tentaram se desfazer de suas ações ao mesmo tempo. Em 29 de Outubro de 1929, tivemos a famosa ´´Terça Feira Negra´´, onde a economia entrou em colapso e 25 bilhões de dólares foram perdidos. Sendo a principal referência econômica no mundo, a crise não apenas os afetou, como também todo o planeta.
O desemprego cresce astronomicamente, com 16 milhões de pessoas sem emprego, representando cerca de 27% da população. A era de ouro havia acabado, agora, as famílias sofriam para se sustentar, homens que antes ostentavam carros de luxo, agora faziam fila para tomar um prato de sopa.
Na Inglaterra, os números também assustavam, com cerca de 25% da população sem emprego, deixando a nação mais poderosa da Europa Ocidental, no fundo do poço. Até mesmo o Brasil foi afetado, mas, conseguiu tirar algum proveito, investindo em sua própria indústria, para amenizar os efeitos da crise global.
A Alemanha, já em frangalhos, não conseguiu pagar seus empréstimos aos EUA, e se afundou ainda mais. A URSS se prostrava orgulhosa sobre tudo isso, vendo o fracasso do capitalismo naquele momento, e seus ideias passaram a se alastrar pela Europa, fazendo com que conservadores, principalmente na Itália e na Alemanha, passassem a apelar para regimes autoritários para se proteger do terror vermelho.
As coisas melhoraram quando Franklin Delano Roosevelt assumiu o governo estadunidense, implementando o New Deal, com enormes investimentos na geração de empregos, fazendo a roda da economia voltar a girar. Entre outras mudanças, tivemos a implantação do salário mínimo, maior controle do Estado sobre as empresas, controle de preços e o surgimento do seguro desemprego e da aposentadoria assalariada. Assim, os EUA foram se reerguendo, mas, somente voltariam ao topo do mundo, após combater os horrores da Europa mais uma vez.
A Alemanha, agora governada por Adolf Hitler, se tornava uma ameaça a toda a Europa, e estava decidida a fazer um ajuste de contas com França e Inglaterra, além de espalhar seus ideias de raça e religião doentios pelo mundo, e nesse momento, EUA e URSS estariam no mesmo lado, combatendo o nazismo.
Segunda Guerra Mundial
Em Agosto de 1939, Hitler e Stálin assinaram um tratado de não agressão, com a Alemanha oferecendo parte da Polônia como recompensa. O ataque alemão contra os poloneses foi um sucesso, derrubando qualquer resistência sem dificuldade, e deixando Reino Unido e França em alerta, a Segunda Mundial se iniciará.
Os EUA se mantiveram neutros, apenas fornecendo armamentos para seus companheiros ingleses, algo vital para seu renascimento econômico. Um gancho ótimo nesse momento. Como esse é um blog de cultura pop, não podemos nos esquecer que muitos grandes heróis foram criados no contexto da guerra. Batman, Mulher Maravilha, Aquaman e principalmente o Capitão América, fizeram parte da propagando norte-americana, com as revistas do Super Soldado, lhes retratando em batalha contra alemães e japoneses, e inclusive, incitando o alistamento dos jovens.
Os soviéticos apenas permaneceram em seu canto, com seu pedaço de terra resguardado. Hitler na Alemanha e Mussolini na Itália, haviam se tornando extremamente populares, graças a grande depressão, que fez com os regimes autoritários fascistas ganhassem força.
A França caiu ainda em 1940, e o Reino Unido travou uma intensa batalha área contra os alemães, freando seu avanço, mas nada podia fazer para derrotar a maior máquina de guerra daquele tempo. A Alemanha conquistava cada vez mais países, e fazia-nos se dobrar ao seu modelo, massacrando os grupos étnicos aos quais nutriam um ódio irracional.
Os EUA mergulharam de cabeça no conflito, quando os japoneses atacaram a base nave naval de Pear Harbor em 1941. Já a URSS, entraria no conflito no mesmo ano, quando Hitler descumpriu um tratado logo depois de ser derrotado pelos britânicos, o que provou um grave erro. A operação Barborossa começou bem, com as tropas soviéticas sendo varridas pelos nazistas, no entanto, os erros táticos de Hitler e o intenso inverno que assombrava seus soldados, passaram a conspirar para eles. Os EUA enviaram tropas para a Europa, e agora, socialistas e capitalistas lutavam lado a lado. Os vermelhos chegaram a incluir mulheres em suas linhas, atingindo uma força militar de cerca de 34 milhões de soldados, tornando o exército vermelho uma das maiores forças militares da história, e também teve o maior número de baixas, 26 milhões de mortes, praticamente metade das baixas totais da Segunda Guerra.
O jogo havia virado, os soviéticos triunfaram na famosa batalha de Staligrado, em 1943, com 850 mil alemães sucumbindo ante poder soviético.
No pacífico, os EUA amassavam o Japão de Hirohito, que se recusava a se render. Na Europa, o ataque a Normandia e a queda da Itália praticamente definiram a guerra. A Alemanha era destruída por Britânicos e Soviéticos, até que a morte de Hitler definiu a rendição alemã.
No entanto, os EUA ainda iriam utilizar a arma mais poderosa daquele conflito, desenvolvida por Robert Openheimer. a bomba atômica. Duas delas foram lançadas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, pondo fim a guerra com uma explosão que levou a morte de 50 mil japoneses praticamente de imediato, sem contar as mortes futuras causadas pela radiação. Essa foi uma demonstração de poder, que elevaria os EUA mais uma vez ao status de país mais poderoso, passando por cima inclusive da vida de vários japoneses.
A Segunda Guerra ceifou entre 50 e 60 milhões de vidas, e trouxe diversas complicações econômicas e sociais nos países em que se alastrou.
EUA e URSS lutaram lado a lado, no entanto, em 1944, houve um pequeno conflito acidental entre suas tropas, quando caças estadunidenses atacaram alguns soldados soviéticos, mas o erro foi rapidamente notado e resolvido.
A ONU foi criada para evitar possíveis novos conflitos, assumindo o lugar da fracassada Liga das Nações.
Derrotada, a Alemanha foi dividida em quatro blocos, França, Reino Unido, URSS e EUA iriam comanda-los, iniciando o projeto de desnazifacação. A URSS se aproveitou da situação para impôr um bloqueio entre as partes oriental e ocidental do país, trazendo fome e miséria ao aos orientais. 2,5 milhões de alemães, tiveram que aceitar o socialismo, em troca de morrer de fome. Essa crise poderia causar outra guerra, mas, o ocidente conseguiu transportar alimento para os orientais através de aviões, evitando a fome.
A aliança entre capitalismo e socialismo terminou, e os socialistas fizeram questão de abolir todas as democracias da região oriental da Europa, enquanto os capitalistas, deixavam os comunistas longe do poder.
A cortina de ferro foi instaurada a partir de 1946, após declaração do primeiro ministro britânico, Winston Churchill. A crise de Berlim foi o primeiro capítulo da Guerra Fria em si, e resultou na criação de dois grupos muito importantes, a OTAN, países aliados aos EUA, para se proteger do comunismo, e o Pacto de Varsóvia, uma união entre países socialistas.
Outro país que também passou por divisões, foi a Coreia, que foi dividida entre Norte (socialista) e Sul (Capitalista), essa bipolaridade seria marca registrada do conflito.
Stálin passou a realizar nucleares ainda em 1949, com potencial destrutivo ainda maior que a arma de Openhaimer, trazendo um clima de medo para todo o ocidente. Agora, as duas maiores potências do planeta, estavam no auge do seu poder, e com ideologias totalmente opostas, e estavam determinadas a lutar para propagar seus ideias por todo o globo, e assim, a Guerra Fria começou, uma guerra que não envolveu confrontos diretos entre as duas nações, mas sim uma disputa de ideais, que inclusive causaram guerras em países aliados.
Revoltas Coloniais e Nascimento de Israel
O Império Britânico estava enfraquecido, após duas guerras que devastaram grandemente seu povo e suas cidades. O país que antes governava territórios em praticamente todos os continentes, agora tinham dificuldades para mantê-los sobre controle.
Em 1921, a Irlanda se dividiu do território britânico, e em 1922, foi a vez do Egito se tornar independente dos ingleses. A Joia da Coroa Britânica, a índia, também surfou nessa maré, e através dos esforços do congresso nacional indiano e das manifestações pacíficas de Mohandas Gandhi, levaram o país a liberdade em 1947. Isso foi fruto de um processo gradual, iniciado em 1919, com a criação de um parlamento dividido entre indianos e ingleses, uma forma de recompensa da coroa pela ajuda dos indianos na Primeira Guerra. Durante a Segunda Guerra, as manifestações e campanhas anti-britânicas, se provaram maiores do que os europeus podiam suportar, resultado nos eventos de 1947.
O território foi partido em razão das divergências religiosas entre as massas, deixando a índia para os hindus e o Paquistão para os Mulçumanos.
Várias colônias na África e na Ásia seguiram pelo mesmo caminho, e temendo que os comunistas pudessem se aproveitar dessa brecha, os EUA fizeram diversas investidas de ajuda nesses países, tentando garantir sua fidelidade.
A Palestina enfim foi libertada do domínio inglês em 1947, após 26 anos. Liderados por David Ben-Gurion, os judeus começaram a exigir a criação de um estado israelita na Palestina. Em 1948, após um ano de conflito e auxílio da ONU, Israel enfim se tornou um estado independente, e os palestinos passariam por maus bocados a partir de então.
Comunismo Chinês
A China foi outro personagem relevante da Guerra Fria. O país se tornou uma república em 1912, e em 1921, o partido comunista nasceu, e rapidamente se opôs ao governo nacionalista vigente.
Ao invés de colaborarem entre si, os grupos viviam em conflito, e chegando a 1933, os comunistas chineses já estavam nas cordas. Em 1934, o líder do partido, Mao Tsé-Tung, liderou a famosa Longa Marcha, com 80 mil membros do seu partido, cruzando o país, em uma expedição de 368 dias e 72 mil baixas.
Em 1937, o Japão ameaçava o povo chinês, devido ao preconceito racial entre os países, forçando os grupos rivais a se unirem em prol de salvar a soberania de seu país. A guerra sino-japonesa foi devastadora, com os japoneses matando brutalmente milhões de chineses, em crimes de guerra nunca antes vistos. A China estava derrotada, mas a chegada dos EUA libertou-os do domínio inimigo, e a guerra civil entre nacionalistas e comunistas retornou. O conflito se estendeu por mais um ano, terminando com a vitória comunista, e Mao Tsé-Tung no poder da República Chinesa.
Assim como a União Soviética, a China se tornou uma ditadura terrível, sendo a mais mortal do mundo moderno, com milhões de mortes, principalmente no inicio dos anos 1960. Por outro lado, o país se tornou aos poucos uma potência econômica, produzindo bens de consumo em massa para todo mundo, e possuindo uma educação respeitada mundialmente, conforme foi se abrindo ao capitalismo após a morte Mao. Militarmente o país evoluiu com auxílio soviético, e se tornou uma das novas potências do globo.
Revolução Cubana e Crise dos Misseis
As américas foram um dos maiores palcos da disputa ideológica entre Soviéticos e estadunidenses. Cuba era protegida pelos EUA, que intervia em favor de governos autoritários em países da américa do sul e central, no intuito de barrar o socialismo soviético. No entanto, o governo do ditador Batista, forçou um afastamento norte-americano, e assim a União Soviética entrou em cena.
Os vermelhos apoiaram a revolução liderada por Fidel Casto e Che Guevara, levando a queda do regime de Batista e o nascimento de uma nova ditatura em Cuba. Os EUA utilizaram a CIA em parceria com grupos anti-revolucionários cubanos, para deter o avanço socialista, iniciando uma invasão em 1961, que foi um total fracasso.
As armas nucleares em um verdadeiro terror durante os anos que sucederam a destruição das cidades japonesas, e países como EUA, URSS, Reino Unido e França, reforçavam ao máximo seus arsenais. Os Soviético projetaram a bomba H, mil vezes mais potente que a bomba atômica. A Mad (Destruição Mútua Assegurada) foi desenvolvida com o pressuposto de impedir uma guerra nuclear, garantindo que se alguém país agredisse o outro com essas armas, receberia retaliação atômica imediata, pondo fim ao mundo no processo. Por isso, os eventos de 1962 deixaram o mundo inteiro na ponta da cadeira.
Bombas soviéticas foram instaladas em Cuba, por ordem do líder Nikita Khruschev, e John Kennedy, presidente estadunidense, exigiu que elas fossem retiradas. Sem resposta, os EUA levaram 14 misseis a Turquia, deixando a URSS sobre ameaça.
O mundo poderia acabar a qualquer momento, mas uma manobra diplomática entre ambos os líderes, levaram ambos a desarmarem suas bombas, e assinarem um acordo ainda no ano seguinte, para o fim dos testes nucleares.
Corrida Espacial
A corrida espacial entre a União Soviética (URSS) e os Estados Unidos foi uma competição acirrada durante a Guerra Fria para o domínio da exploração espacial. Iniciada em 1955, a corrida espacial foi impulsionada pela rivalidade política e ideológica entre os dois países.
Em 1957, a URSS deu o primeiro grande passo ao lançar com sucesso o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da Terra. Isso causou grande impacto e preocupação nos Estados Unidos, que temiam ficar para trás em termos de tecnologia e segurança nacional. Em resposta, os EUA intensificaram seus esforços e, em 1958, lançaram o Explorer 1, seu primeiro satélite.
A competição se intensificou ainda mais em 1961, quando a URSS enviou o cosmonauta Yuri Gagarin ao espaço, tornando-se o primeiro ser humano a orbitar a Terra. Os EUA responderam com determinação e, em 1969, alcançaram um marco histórico com a missão Apollo 11, que resultou na chegada do homem à Lua com os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin.
Ao longo da corrida espacial, muitas conquistas foram alcançadas por ambos os lados. A URSS foi a primeira a enviar uma missão tripulada, a primeira a realizar uma caminhada espacial e a primeira a lançar uma sonda para pousar na Lua. Os EUA, por sua vez, desenvolveram o ônibus espacial, estabeleceram estações espaciais e realizaram várias missões lunares.
No entanto, com o passar do tempo, a competição perdeu intensidade à medida que os dois países começaram a colaborar mais na exploração espacial. Em 1975, ocorreu o histórico encontro entre a Apollo e a Soyuz, simbolizando uma era de cooperação.
Guerra Cultural
Os EUA se tornaram uma referência cultural, seus filmes, séries, quadrinhos, livros e tudo mais, eram transmitidos para todo o planeta, assim como seu estilo de vida e ideais. Através de heróis como Capitão América, Superman, Mulher Maravilha, Homem de Ferro e outros, os estadunidenses colocavam seus símbolos duelando contra o poder vermelho, implantando a ideia anti-comunista na mente de todos.
Em diversas histórias, vemos o Capitão América romper a Cortina de Ferro para combater os países socialistas. A própria origem de Tony Stark como Homem de Ferro é conectado com a Guerra Fria, sendo ele preso por socialistas no Vietnã, onde desenvolveu sua armadura. Inclusive, o grande vilão de Stark, o Mandarim, seria um comunista chinês, com desejos de espalhar seu domínio sobre todo o globo.
No Reino Unido, temos os filmes de James Bond, ou 007. Bond, principalmente na interpretação de Sean Connery, é colocado em combate contra Soviéticos.
A URSS não chegou nem perto da influência norte-americana na mente das massas, mas, mantinha as referências capitalistas o mais longo possível de seus domínios.
A Guerra do Vietnã
Um dos maiores conflitos da Guerra Fria, e sem dúvida o mais amarga para os EUA. A doutrina Truman, agia desde 1947, afim de garantir apoio norte-americano as nações que haviam se tornado independentes na Ásia, em mais um movimento para barrar a influência socialista.
No entanto, para o terror estadunidense, o comunismo já estava infiltrado no Vietnã, após um fim do domínio colonial francês. Em 1954, o país foi separado entre norte e sul, com o sul sendo governado por um regime socialista.
No entanto, Ho Chi, o ditador chefe do lado norte, estava determinado a expandir seus domínios, e com ajuda financeira de China e URSS, iniciou um plano para controlar todo o território vietnamita, em 1960.
O conflito foi se estendendo, até que em 1964 o destroier estadunidense Maddox, recebeu ataques norte-vietnamitas enquanto auxiliava taticamente as tropas do sul, o que serviu como justificativa para um ataque direto.
Mesmo sendo infinitamente superior militarmente, e tendo enviado mais de 2,5 milhões de soldados durante todo o período de guerra, chegando a enviar meio milhão de soldados em 1969, os EUA estavam em maus lençóis.
Os socialistas conheciam melhor o ambiente e o clima, e mesmo em desvantagem numérica, venciam diversas batalhas. Os EUA respondiam com bombardeios sistemáticos, matando milhares de pessoas. Essa guerra estava sendo transmitida nas tv´s norte-americanas, e gerou enorme aversão. As pessoas se manifestavam nas ruas ruas dos Estados Unidos, exigindo a retirada do país da guerra, o que acabou acontecendo. Em 1973, as tropas estadunidenses deixam o país, e dois anos depois, o Vietnã do Norte triunfa sobre o sul, os socialistas haviam vencido.
Porém, o maior medo americano não ocorreu, que seria expansão do comunismo para países vizinhos, algo que ocorreu apenas com Camboja e Laos.
Regimes Pela América
A América do Sul era um local extremamente disputado por URSS e EUA. As influências socialistas pairavam sobre as nações sul-americanas, como o Brasil, onde uma sociedade extremamente conservadora, via com péssimos olhos a possibilidade de uma revolução socialista.
Dessa forma, os EUA incentivaram a criação de regimes militarizados pelo continente, a exemplo de Brasil, Argentina e Chile.
O Brasil foi um regime de militar de 1964 até 1985, se estendendo até os anos finais da Guerra Fria. A Argentina também teve um regime extremamente rígido e opressivo, e inclusive protagonizou a Guerra das Malvinas, onde confrontou o Reino Unido pelo controle das tais ilhas, onde foi derrotada e extremamente desmoralizada.
Mesmo sobre esses respectivos governos, os pensamentos socialistas revolucionários continuavam dentro desses países, mesmo que na clandestinidade.
O Muro de Berlim e Fim da URSS
O Muro de Berlim estava de pé desde 1961, simbolizando perfeitamente a dita Cortina de Ferro, citada por Winston Churchill em 1946. O lado ocidental, era administrado por um regime democrático capitalista enquanto o oriental, era administrado por um regime socialista.
Ao longo dos anos, muitas fugas ocorreram do lado oriental para o ocidental, algumas fugas muito rústicas, como com uso de um balão de ar.
Mikhail Gorbachev, seria o último líder da URSS, um regime já balançado financeiramente e criticado pela população. Gorbachev instaurou um governo mais democrático, criando a Perestroika e Glasnot, significando (Abertura Política) e (Reconstrução Econômica Liberal), além de revogar as restrições para que outros países do bloco socialista pudessem se abrir ao mundo assim como a Rússia. O Muro de Berlim veio abaixo em 10 de Novembro de 1989, simbolizando o fim da Cortina de Ferro e reunificação da Alemanha como um só povo, e finalmente famílias antes separadas por espectros políticos, agora podiam se unir mais uma vez.
Em 1991, Gorbachev se reuniu com os líderes políticos de Belarus e Ucrânia, dissolvendo definitivamente a URSS, renunciando ao seu cargo, e o deixando para Boris Yeltsin, que iniciaria uma aproximação russa aos EUA. Ambas as nações se pronunciaram, anunciando o fim da Guerra Fria, após praticamente 46 anos de rivalidade.
Claro, hoje temos uma nova Guerra Fria, entre EUA e seu mais novo concorrente, a China, e conflitos desencadeados em razão da Guerra Fria, continuam a eclodir pelo mundo inteiro.
Sem dúvida, esse foi o maior conflito ideológico já visto, colocando em pauta duas ideologias completamente diferentes, encabeçadas por duas das maiores potências militares da história humana. Muitos foram os avanços, a tecnologia deu um salto, com a criação da internet e dos celulares, a chegada do homem ao espaço, satélites orbitando nosso planeta. Os retrocessos também foram muitos, com guerras, doenças e mortes desnecessárias.
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