Depois de dissertar sobre a série Halloween, chegou a hora de comentar sobre a franquia mais famosa do terror, a saga Sexta-Feira 13. Assim como Halloween, a saga de Jason conta com diversos bons e maus momentos durante a sua história, e agora vamos falar sobre os principais detalhes dessa franquia.
A Cópia Supera o Original
Após o Halloween original, muitos slashers nasceram com a mesma premissa do filme de 1978, e entre esses filmes, surgiu Sexta-Feira 13. Dirigido por Sean Cunningham, em 1980 uma das maiores séries de terror da história se iniciava. O que muitos não sabem, é que não temos Jason no primeiro filme, e sim Pamela Voorhees, a mãe do assassino. Ela ficou revoltada com a morte do seu filho no lago Crystal Lake, pois os guardas estavam distraídos com sexo, algo que seria um elemento recorrente na franquia. Pamela mata o casal e força o fechamento de Crystal Lake por mais de 20 anos. Em 1980, Steve Cristie decide reabrir o acampamento ao lado de alguns jovens monitores, mas a senhora Voorhees não iria permitir que isso acontecesse, e os mata um a um.
A grande diferença entre o Sexta-Feira 13 e o Halloween original, está justamente na quantidade e na brutalidade das mortes. Enquanto Halloween apostava em poucas mortes e cenas de suspense, Sexta-Feira aposta em diversas cenas gráficas, que por sorte não foram censuradas pela MPAA. Após a morte de todos os monitores, resta apenas Alice Hardy, que finalmente conhece a assassina Pamela Voorhees, uma figura que havia ficado oculta durante todo o filme. Temos uma luta a nível Trapalhões, até a garota conseguir arrancar a cabeça da assassina com sua própria machete, acabando com seu banho de sangue. Apenas na última cena, podemos ver uma versão criança de Jason, completamente podre, saltando das águas para atacar Alice, mas não passava de uma ilusão.
A obra que custou pouco mais de meio milhão de dólares, rendeu aproximadamente 59 milhões, um lucro expressivo. Mesmo sendo criada apenas para surfar na onda de Halloween, o filme conseguiu criar uma identidade própria muito forte, que gerou uma saga tão extensa e conhecida quanto a que lhe inspirou, a cópia superou o original, pelo menos quando falamos de fama.
A maioria do elenco e da produção consideravam que o trabalho havia sido bem feito, e não precisava de continuação, mas o poder do dinheiro sempre faz essa franquia voltar dos mortos.
Nasce o Vilão
Apenas um ano depois do sucesso do primeiro longa, tivemos uma sequência, com um orçamento mais robusto, e sem o envolvimento de boa parte da equipe original, entre eles, o diretor Sean Cunningham e o mestre dos efeitos práticos, Tom Savini. Nessa continuação, vemos Alice em sua casa, alguns meses depois do seu duelo com Pamela. A garota estava completamente destruída psicologicamente devido a tudo que viu. Porém, Jason surge em sua casa, e a mata com um picador de gelo. Voorhees retorna ao acampamento, onde vemos alguns jovens acampando pelas redondezas, e o maior assassino do cinema, não iria deixar essa passar.
Igual o primeiro filme, a direção aposta em utilizar a visão do assassino nas cenas, na intenção de manter o mistério, apesar de isso não ser muito efetivo, pois já sabemos desde o começo que Jason é o culpado. Esse é um dos melhores filmes da franquia, trazendo uma trama muito parecida com a do original, mas mais bem produzida e com personagens mais interessantes e inovadores para o gênero. A protagonista Ginny, muda um pouco o esteriótipo das Final Girls do terror, agindo de maneira boba como os outros jovens, e até mesmo bebendo, algo que é sentença de morte para figurantes. Ginny fica em um bar junto com Paul Holt, voltando para o acampamento quando todos já estavam mortos. Jason nocauteia Holt, e persegue Ginny por todo o acampamento, inda parar na cabana do assassino, onde usando sua inteligência, Ginny usa o suéter de Pamela, se passando pela velha assassina, o que abriu espaço para um ataque, mas Jason consegue se defender. Paul retorna para lutar com Voorhees, e Ginny finaliza o vilão com uma facada no ombro. Temos uma última cena, com Jason quebrando uma janela e capturando a protagonista, porém, era tudo um sonho.
O segundo filme teve uma ótima aceitação, mas a renda caiu muito, indo para apenas 21 milhões em todo o mundo. Mesmo assim, uma sequência já estava pronta, dessa vez, em 3D. Em 1982, tivemos mais um Sexta Feira 13, e aqui foi onde os problemas começaram. O anterior tinha sido uma cópia melhorada do primeiro, com uma trama praticamente idêntica, a parte 3 seguiu pelo mesmo caminho, mas por outro lado, não tem nenhum toque realmente especial.
Jason foge de Crystal Lake, e após matar um casal pelo caminho, consegue uma nova roupa, e no caminho de volta para o seu lar, se depara com outro grupo de jovens, onde começa uma nova onda de assassinatos, e finalmente consegue a sua famosa máscara de hockey, um dos visuais mais icônicos do cinema. Nossa Final Girl agora é Cris, com uma atuação péssima, assim como a maioria do elenco, que parece que foi escolhido puramente por estética. A única coisa que essa protagonista tem de original, é que ela já tinha um passado com Jason, sendo perseguida por ele anos atrás, mas conseguindo sobreviver. A trama é basicamente o assassino chacinando alguns jovens e motoqueiros, até só restar Cris, onde temos uma das melhores perseguições da franquia, que termina com Jason tendo sua cabeça perfurada por um machado, aparentemente sendo morto em definitivo. O filme teve críticas muito ruins, tanto de público quanto crítica, pois realmente era uma cópia idêntica ao filme anterior, Jason matando adolescentes de maneiras criativas, com personagens sem personalidade, muitas vezes baseadas em estereótipos.
Reinvenção
Após toda a repercussão negativa da parte 3, a Paramount decidiu chamar uma equipe minimamente capacitada, para dirigir Sexta Feira 13: O Capítulo Final. Tom Savini volta para os efeitos práticos, que são os mais brutais da série, e a direção fica a cargo de Joseph Zito, que entrega cenas espetaculares, e personagens com personalidade.
Somos apresentados a família Jarvis, mas especificamente Tommy Jarvis, o grande antagonista de Jason na série. O garoto é um fã de máscaras de terror, e tem um grande interesse pelo passado de Voorhees. Jason consegue escapar do necrotério onde foi preso, e volta para Crystal Lake, se deparando com um novo grupo de jovens, que são obviamente massacrados. O ponto de maior destaque do longa, é o seu final épico. Com Jason perseguindo Trish pelo acampamento, com cenas incrivelmente bem-feitas. Enfim, Tommy encontra Jason, e raspa a sua cabeça, para confundir o assassino, se passando pelo mesmo quando era criança. No primeiro momento de distração do vilão, Jarvis o esfaqueia brutalmente, destruindo seu crânio, e MATANDO o assassino pela primeira vez. O filme que custou 2 milhões, rendeu 32 milhões, sendo um grande sucesso para a Paramount, com a crítica entregando opiniões consideravelmente positivas.
Como era de se esperar, o subtítulo ´´Capítulo Final´´, não significava muita coisa, pois apenas 1 ano depois, tivemos mais um filme, e esse é péssimo. Sexta Feira 13: Um Novo Começo, foi lançando em 1985, e traz um novo Jason, em uma trama simplesmente genial, que fez as pessoas expandirem seus cérebros no cinema. Após um assassinato completamente sem sentido no começo do filme, o enfermeiro Roy Burns fica puto, e decide se passar por Jason, para matar pessoas em Crystal Lake. Ao mesmo tempo, ficamos sabendo que Tommy Jarvis havia ficado traumatizado com a noite com Jason, se tornando um homem agressivo e paranoico, sendo um suspeito plausível para os assassinatos. Tudo isso seria muito bem aproveitado, se o ator fosse bom, mas Jonh Shepherd é uma verdadeira porta, sem carisma algum. O número de mortes é bastante alto, se tornando banais, e muitas vezes picotadas pela censura. No final, Jarvis mata Roy, e acaba com mais uma noite de terror, mas o terror estava apenas começando para o estúdio, que havia enfrentado os piores resultados até o momento, com péssimas notas e uma bilheteria nada satisfatória. Por isso, era hora de trazer Jason de volta em definitivo, com o poder do dinheiro.
Ainda em 1986, foi lançando Sexta Feira 13: Jason Vive, que se passa alguns anos após a parte 5, com Tommy Jarvis completamente paranoico quanto a morte de Jason, tendo fugido de várias instituições psiquiátricas. Para acabar com esse pesadelo de uma vez por todas, o garoto vai até o cemitério, e desenterra Voorhees, para queimar seu corpo, e garantir a sua morte. Tommy fura o peito do defunto várias vezes com uma barra de ferro, e nesse momento, um raio cai sobre essa barra, e ressuscita Jason, que volta mais poderoso do que nunca, agora como um zumbi, invulnerável e imortal.
Jason começa uma chacina em Crystal Lake, matando tudo que vê pela frente, enquanto Tommy tenta avisar as autoridades quanto a ameaça do assassino, mas devido ao seu histórico nada bom, todos acreditam que ele está louco, e inclusive o prendem. O xerife da cidade só acredita em Jarvis, quando é morto por Jason, mesmo que tenha atirado no vilão várias vezes, nada disso foi capaz de deter essa máquina de matar.
Ao lado da filha do xerife, Jarvis consegue prender Jason no fundo do lago, prendendo seu pescoço com uma pedra, ficando preso no fundo do lago, até que o próximo filme ruim o tirasse dali.
Sexta Feira 13 havia voltado com tudo, com a versão definitiva de Jason, e um filme bem dirigido e com um bom roteiro, apelando menos para mortes grotescas e cenas de nudez, e investindo em um filme realmente bem feito, mas tudo isso estava para acabar no próximo longa.
Os Piores Anos
Em 1987, tivemos Sexta Feira 13: A Matança Continua, que começa a sequência de filmes péssimos da franquia. Nessa história, temos uma nova protagonista, chamada Tina, que possuía poderes tele cinéticos, dando um novo nome para o filme, Carrie vs Jason. Essa garota havia matado seu pai afogado em Crystal Lake, usando seus poderes, e traumatizada com esse acidente, ficou internada em várias clínicas ao longo dos anos, até voltar para uma festa de um de seus amigos.
Em frente ao lago, Tina começa a usar seus poderes, para trazer seu pai de volta, mas acaba trazendo Jason, que passa o facão em todo mundo, restando apenas ela e seu namorado. A luta de Jason e Tina é realmente boa, com a garota usando seus poderes para eletrocutar, lançar facas, queimar e enforcar o vilão, mas nada o matou. Enfim, Jason encurrala a garota na beira do lago, e em uma última tentativa, Tina chama seu pai, que puxa Jason para o fundo do lago, o matando mais uma vez, em uma cena sem sentido nenhum, como um homem normal ficaria mais de uma década debaixo da água, e sairia completamente normal?
A parte 7 foi um desastre, principalmente pelos vários cortes feitos pela MPAA, que acabaram com as melhores cenas.
Para inovar, o estúdio decidiu levar Jason para um novo cenário, uma cidade grande, saindo do acampamento. Sobre essa ideia, tivemos Jason Ataca Nova York, o oitavo filme da franquia, que em uma hora e vinte minutos, tem apenas 25 em Nova York, e todo o resto dentro de um barco bastante sem graça.
Nessa trama inovadora, Jason é trazido de volta pela ancora de um barco, que eletrifica seu corpo mais uma vez. Ele entra no barco e mata a maioria dos tripulantes, até só sobrarem cinco, que são perseguidos pela cidade, até que o casal protagonista conseguir afogar Jason em lixos tóxicos de esgoto. A nossa protagonista tinha um passado com o assassino, tendo o visto no lago na infância, e isso rende algumas cenas bem estranhas, com uma espécie de Jason criança aparecendo na história. Esse foi um dos piores filmes da franquia, e foi o ponto mais baixo desde a criação da saga, mas havia algo pior por aí.... Nessa época, o crossover de Freddy e Jason já estava sendo planejado, mas devido a muitos desentendimentos entre a Paramount e a New Line, o projeto foi arquivado por alguns anos, e para não deixar o personagem esfriar, a empresa decidiu lançar um episódio final. Jason Vai Para o Inferno (E leva o público junto) é o pior filme dessa franquia com muitaaaa folga. Nessa bomba do cinema, temos a morte de Jason, que é fuzilado e explodido em uma armadilha do FBI, que finalmente acaba com o vilão.
No necrotério, um legista come o coração de Jason, e é possuído pelo mesmo, começando a matar pessoas. Isso mesmo, Jason começa a possuir pessoas, e isso é marca registrada de franquia de terror que está dando errado, partir para a possessão, mais cedo ou mais tarde todo mundo chega nisso. Durante todo o filme, vemos pessoas possuídas matando e sendo mortas, até Jason conseguir o que quer, possuir um membro de sua família. Os protagonistas descobrem que para matar o vilão, é preciso furar seu peito com uma adaga mágica, mais um elemento sensacional dessa pérola. Por fim, Jason realmente morre, sendo puxado para o inferno pela luva de Freddy Krueger.
As Pérolas das Pérolas
Após a bomba atômica anterior, a Paramount aguardava para lançar o crossover com Freddy, mas os anos foram passando, e nada saia do papel, então, era hora de lançar uma nova aventura de Jason, dessa vez no espaço, uma das maiores galiofices da história do cinema de terror.
Jason foi preso pelo governo, e após o fracasso em matar o assassino, eles o congelam por 400 anos, e o zumbi acorda com mais sede de sangue do que nunca. Após matar boa parte da tripulação, Voorhees é morto por uma androíde modificada, que explode o crânio do vilão. Porém, seu corpo cai sobre uma máquina de regeneração, que lhe provêm membros cibernéticos, lhe deixando mais poderoso do que nunca, conseguindo acabar com a robô facilmente. Para parar o assassino, foi necessário um dos tripulantes chamado Brodski, se sacrificar, se lançando para o espaço com Jason, e queimando ambos na atmosfera do planeta. Esse filme se tornou um verdadeiro meme da franquia, imaginar que um filme sombrio sobre mortes em um acampamento de férias, chegou a uma luta entre robôs no espaço.
Em 2003, finalmente tivemos o encontro entre os dois maiores monstros do terror, Jason e Freddy Krueger. Freddy estava enfraquecido, já que os jovens de Springwood não acreditavam em sua lenda. Por isso, o velho assassino decide ressuscitar Jason e levá-lo para a cidade, onde iria começar a matar alguns jovens, para que a sua lenda fosse revivida, e ele retomasse o auge dos seus poderes. O plano começa bem, mas logo ele perde o controle de Jason, que começa a matar tudo que vê, e deixando poucos para Freddy, o que obriga Krueger a deter seu fantoche.
Eles se enfrentam pela primeira vez nos sonhos, com Freddy levando vantagem, mas Jason consegue sair vivo. O round 2 é em Crystal Lake, com Jason começando bem, e surrando Freddy, mas rapidamente o assassino dos sonhos começa a reagir, usando a sua agilidade, e consegue levar Jason ao trapiche, e furar seus olhos, castigando o zumbi, que graças aos protagonistas, consegue escapar, e atravessar o peito de Krueger, para que a protagonista super carismática Lori, arrancasse a cabeça do assassino.
Remake
Surfando na onda dos remakes sombrios dos anos 2000, Sexta Feira 13 voltou em 2009, com um Jason ainda mais brutal, e um filme ainda mais carregado de clichês, nudez e violência, a fórmula mágica do terror moderno, mesmo não sendo boa.
O filme começa com Jason chacinando um grupo de jovens em Crystal Lake, deixando viva apenas uma jovem chamada Whitney, por lembrar sua mãe, prendendo-a em sua cabana. O irmão de Whitney, Clay Miller, começa uma busca pela garota em Crystal Lake, e acaba sendo ajudado por uma jovem chamada Jenna, que estava com um grupo de jovens pela região.
Enquanto as buscam são feitas, Jason massacra todos os jovens, de maneiras muito diferentes, com o assassino armando armadilhas e até mesmo correndo atrás das vítimas, algo inovador para a franquia.
Clay salva sua irmã com a ajuda de Jenna, e os três são perseguidos por Jason, que mata Jenna. Por fim, Jason é preso a um triturador, e esfaqueado por Whitney, sendo finalmente morto, pelo menos até a última cena, quando ele sai das águas para capturar a garota, encerrando o filme com mais um clichê tradicional.
O filme foi bem recebido, com uma renda de 91 milhões de dólares, a maior renda da história da saga, mas mesmo assim, o filme não teve continuação. Atualmente, a saga está impossibilitada de continuar, devido a uma briga judicial entre o criador da franquia e o estúdio, e enquanto ela não se resolver, não teremos novos filmes.
Para finalizar com chave de ouro, vamos eleger os três melhores e piores filmes da franquia, o que não é muito difícil.
Melhores: Sexta Feira 13: Parte 2, Capítulo Final e Jason Vive
Piores: Jason X, Um Novo Começo e Jason vai para o Inferno.
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