Fala nação, após muito, mas muito tempo, enfim voltamos com os crossovers heróis vs terror por aqui, chegou a hora de expandir o Cultura Pop Verse, com os dois espectros das Trevas, do bem e do mal, Batman e Michael Myers. Em 1946, Batman e a Liga Intergaláctica da Justiça reconstruíam o mundo após a terrível guerra contra Drácula, e Gotham City estava mais em frangalhos do que o normal, e como Bruce Wayne, ele trabalhava avidamente pela cidade, porém, a forma de mal, Myers, surge em Gotham City, em busca de sua irmã, Laurie Strode.
O Nascimento da Forma
Era 31 de Outubro de 1929, e Jonathan e Amanda Myers dirigiam em meio a noite escura e chuvosa, no interior do Texas. No banco de trás, estava seu filho do meio, Michael, não conseguindo respirar, seus olhos quase se invertiam, sua pele se arroxava, era a tuberculose, a ´´Morte Certa´´ dos anos 1920.
Os olhos daquele pequeno menino de seis anos estavam cheios de medo, em sua inocência, ele não compreendia pelo que estava passando. Amanda tentava acalma-lo, mas não podia esconder que ela mesma estava tão assustada quanto ele.
Jonathan quase bate o carro, mas enfim para o veículo, em frente ao portão de um cemitério. Jonathan pega seu filho nos braços, e o carrega em meio aquela tempestade. Ele lutava pra não cair nas valas abertas pela chuva, já com se filho inconsciente em seus braços, não restava muito tempo.
Jonathan deixa o garoto nas mãos de Amanda, e puxa uma pá de suas costas, cavando desesperadamente um buraco em meio aquele lamaçal. O local era um cemitério de animais, repleto de rochas que pareciam ter escritos de centenas de anos, aquilo não podia ser coisa boa, mas para os Myers, era a única esperança de salvar seu filho. Ele cava uma cova de dois metros, e Amanda põe seu filho desacordado em seu fundo. Sem olhar, Jonathan começa a fechar o buraco, enquanto Amanda chorava copiosamente. Enquanto fazia aquela profanidade, ele chegava a pensar em parar, mas não podia, não importava como e nem a que custo, Michael não podia morrer, não enquanto ele pudesse impedir.
Com a cova fechada, o casal volta correndo pro carro, sentando-se encharcados no banco, e deixando as horas passarem, como se esperando alguma coisa. Visto de cima, aquele lugar era uma imensidão de selva sombria, a casa mais próxima devia estar a uns 20 km de distância. Amanda se lamentava, duvidando ter feito certo. Eles nem ao menos tinham certeza se aquilo daria certo, talvez, algum tratamento pudesse salvar seu filho. Jonathan rebate, dizendo que eles já tinham feito de tudo, e seu verdadeiro medo, era o sairia daquele cemitério, caso aquilo realmente desse certo.
Aquele cemitério era conhecido por trazer os mortos de volta a vida, devido as atividades paranormais feitas ali durante séculos. Porém, aquilo não era uma fonte dos milagres, pois todos os animais e homens que eram enterrados ali, voltavam... diferentes, maus. Mas, nenhuma criança havia sido enterrada lá até então, talvez com ele pudesse ser diferente... não é? Eles já admitiam para si mesmos que haviam sido tomados pelo medo da perda, e agido por impulso, mas agora, era tarde para voltar atrás. De repente, eles observavam uma pequena figura saindo das sombras do cemitério, com seu corpo repleto de barro molhado.
Jonathan sai do carro e corre em direção a figura, era seu filho. Ele o abraça e limpa seu rosto, a tosse havia passado, mas não apenas isso, seu pulso também. Ele estava morto, mas seu corpo se movia, respirava, mas não estava vivo. Amanda tentava falar com seu filho, mas ele não respondia, sem saber, eles estavam levando o mal para sua casa.
Dois anos se passaram, e Michael ficava isolado dentro da residência dos Myers em Hadonfield. Sua relação com a família estava cada vez pior, especialmente com sua irmã mais velha, Judith, que se sentia ignorada pelos pais, que se importavam somente com Michael, e agora, com sua irmã recém nascida, Laurie.
Até que na noite de Halloween de 1930, o terror começou. Jonathan e Amanda levaram Laurie para a casa de seus avós. Amanda olha nos olhos de seu filho, que estava sentado em seu quarto, olhando para a janela, com uma expressão totalmente blasé.
Naquela noite, o mal enfim despertou. Michael pegou uma faca, e matou Judith, movido apenas pelo mal em sua alma (como visto em Halloween: A Noite do Terror). Ao voltarem, Jonathan e Amanda ficam em choque ao verem o banho de sangue, mais totalmente tomados pela culpa. Eles internam Michael no Sanatório Smith Groove. Eles não conseguiam mais viver com a culpa do que fizeram, e deixaram Laurie aos cuidados da família Strode, e fogem, sem rumo, a família Myers estava destruída.
Quinze anos se passaram, e Michael esteve aos cuidados do Dr. Sam Loomis, que tentou ao máximo entrar naquela mente perturbada, mas sem sucesso. Ele percebeu que não havia nada dentro daquela casca, apenas maldade, então, a única alternativa, era prende-lo até seu último dia de vida, se ele voltasse para as ruas, mataria qualquer coisa que respira. Sem saber, Loomis tentava cuidar de um morto vivo, que surpreendentemente, conseguia alterar seus sinais vitais, para burlar os exames médicos, parecendo ser uma pessoal totalmente ´´normal´´.
Em 31 de Outubro de 1945, Michael escapou do Sanatório, roubando um carro do hospital, e tomando o rumo de Hadonfield.
Naquela noite, ele caçou sua irmã caçula, agora chamada Laurie Strode. Ele a aterrorizou durante todo aquele dia, e matou quatro pessoas, sendo detido somente por Loomis, que lhe deu cinco tiros no peito. Mesmo assim, Myers resistiu, escapando pela noite, e sumindo totalmente por um ano. Deixando para trás uma cidade desolada, e uma irmã traumatizada, que demoraria muito, para reconstruir sua vida após todos os horrores que presenciou. (Todos os eventos citados nos últimos dois parágrafos, foram resumidos de Halloween: A Noite do Terror)
Uma Nova Gotham
Bruce Wayne havia deixado sua torre. Sua presença nas ruas era cada vez mais constante, liderando as obras de reconstrução de Gotham, e de todo o mundo além dela, que havia sofrido as consequências da guerra (Como visto em Melhores do Mundo). Ele nem ao menos podia contar quantos milhões já havia gasto na reconstrução das cidades, e como isso não chegava nem perto dos 20 trilhões de dólares em estragos. E ainda sim, esse dinheiro não chegava aos pés da perde humana, a humanidade havia sido humilhada, mas sem dúvida, sua reação vinha como um trovão, em muito tempo, ele não tinha tanta esperança do seu coração.
Os heróis da Liga faziam sua parte por todos os cantos do mundo, e os bruxos e membros da Nova República doavam seus conhecimentos e tecnologias eram de vital ajuda.
Naquele dia, Wayne visitava o Orfanato Martha Wayne, construído com os fundos da sua Fundação. Ele observava as crianças estudando, e enxergava alegria e muitas delas, mas em outros, o medo, o vazio, a raiva, tudo que ele havia sentido na noite em que seus pais partiram.
Centenas delas haviam passado pela mesma perda que ele, mas sem os bilhões a disposição, estavam condenados aquela vida. Ele precisava ajuda-los! Dâ-los esperança.
Uma das funcionárias do local, era a jovem Laurie Strode, vinda de Hadonfield para Gotham, após conseguir uma bolsa de estudos na faculdade de Gotham. Bruce a cumprimentou, e perguntou de onde veio. Ela contou os horrores que havia passado, e como saiu de Hadonfield.
Sair de Hadonfield era vital para superar o terror que havia vivido, ela não podia mais suportar passar por aquelas ruas, passar em frente a casa de Anne, ou de Lindsey, e não as ver mais. A maior parte da perda, é lembrar dos momentos em que se esteve com alguém, e saber que nunca mais teria isso.
Os pesadelos ainda tomavam conta de suas noites, mas não era nada que os remédios não pudessem controlar. Mas, nem mesmo eles podiam controlar sua ansiedade, conforme o dia 31 de Outubro de 1946 se aproximava. Myers havia sumido, mesmo com seis tiros, seu corpo jamais havia sido encontrado, e ela sabia pelos olhos daquela fera, que ela só pararia quando a visse morta. Ela se lembrava dos gritos de terror aos ver os corpos de suas colegas, somada ao rosto pálido de Myers, a caçando pelas sombras da noite.
Wayne percebia que a garota tremia enquanto falava, e segura suas mãos, dizendo para ela não temer, em Gotham, ela estaria seguro, afinal, a cidade tinha um defensor especializado em criminosos maníacos (Batman). E afinal de contas, muito provavelmente Myers não suportaria tantos tiros.
A jovem ri, se virando para recostar na janela ao seu lado, tendo a vista do centro de Gotham, dizendo que mesmo assim, não poderia deixar de ter medo, ela não conseguia esquecer o medo que sentiu aquela noite. Bruce fala que os criminosos tem esse dom, eles exploram o medo das pessoas, as deixam humilhadas, isso lhes dá a sensação de grandeza, mas em Gotham, a coisa era diferente, ali, eles sentiram o próprio veneno em suas veias.
Laurie diz que aquilo não era um criminoso, era uma força, sem medo ou emoção. Wayne dá um tapinha em suas costas, dizendo que o trauma turvou seu julgamento, o tempo dos terrores desenfreados havia acabado com Drácula, Michael era só um maníaco qualquer, nada que Batman não pudesse lidar. Ele não poderia estar mais errado.
A tarde dava lugar a noite, e a boate Batcaverna no centro de Gotham já explodia de homens e mulheres fantasiados, enfim, um dia de festa e alegria, após seis anos de medo. Em meio a todos aqueles fantasiados, um homem se destacava. Máscara branca, sem expressão, macacão cinza, olhos negros, era Michael Myers. Ele havia ficado escondido por um ano, se alimentando pelas matas, até o momento de voltar a caçar sua irmã. Mesmo sem ter como saber onde ela estava ao certo, era como se seu olfato sentisse o cheiro de seu próprio sangue ao longe, não importava onde ela se escondesse, ele iria acha-la.
A Forma do Mal caminhava em meio aqueles jovens elétricos, marchando rumo ao estacionamento nos fundos da boate. Bebida, luzes piscantes, jovens gritando e sorrindo, representavam o otimismo daquele novo mundo, e as drogas, tão presentes no passado, agora não se faziam mais presentes. Tudo aquilo, constrastava com Myers, que seguia como uma locomotiva, guiada somente pelo seu desejo cruel. Desde a sua ressureição a dezesseis anos, seu desejo de destruir seus parentes parecia encrustado em sua mente, mas, de certa forma, inexplicável. Seus pais acreditavam que era devido a profanidade que haviam cometido, tentando a sua maneira, burlar a morte, mas para Michael, isso pouco importava, sua mente agora funcionava como a de um computador, centrada somente em um único objetivo.
Ao chegar no estacionamento, ele observa ao longe um jovem embriagado ao lado de seu carro, sem conseguir abri-lo. Ele se aproxima, andando lentamente, O jovem rindo, pergunta se o homem pode ajuda-lo, sem obter resposta. Myers se aproxima, e pega a chave da mão do homem, enquanto colocava a outra em seu pescoço. As risadas sessaram, quando Myers ergueu o homem do chão com apenas uma mão, enquanto a outra guiava uma faca em direção a seu peito, tão rápido quanto esse encontrou começou, teve seu fim trágico. O sangue jorrava pela lâmina gélida, enquanto a cor deixava a pele do homem, e seus olhos perdiam o brilho. Seu corpo tensionado enfim relaxou, e Myers o lançou ao chão.
Ligando o carro, Myers seguiu em direção ao Orfanato Martha Wayne, para iniciar sua caçada, mas, o que ele não sabia, era que naquela noite, havia outro predador na cidade, e ele, seria sua caça.
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