The Chosen foi sem dúvida a série bíblica mais popular desde os desenhos bíblicos da Record... memes a parte, obviamente, estamos um pouquinho atrasados em relação a essa crítica, mas, como só agora pude assistir, vamos enfim, avaliar essa série fantástica, que trouxe a história de Jesus e seus discípulos para uma nova geração, e reascendeu a chama da fé dentro de muitas pessoas.
O Messias Humanizado
Em todas as eras da igreja, sempre se debateu a natureza de Jesus de Nazaré: mais homem ou mais Deus? Alguns rechaçavam totalmente a ideia de que o Messias se comportasse como um homem comum, com as mesmas necessidades, dúvidas e medos. Alguns defendiam que seus pés nem ao menos tocavam o solo deste mundo infestado pelo pecado. Por outro lado, a visão defendida pela maioria das pessoas é de que Jesus possuía uma consciência divina, mas tinha seus poderes limitados durante sua existência terrena, nos 33 anos em que viveu fisicamente entre nós. Dessa forma, sofreu todas as chagas de viver como uma pessoa pobre, passou fome e sede e foi tentado pelo mal. No entanto, com seu conhecimento e, principalmente, sua fé, ele superou todos esses empecilhos, chegando imaculado ao seu último sacrifício, na cruz, em nome de todos aqueles que viveram, viviam e viveriam neste mundo, mostrando que sim, é possível o homem vencer o mal.
É justamente nesse ponto, na "humanização de Deus", que a série The Chosen se destaca absurdamente. Jesus de Nazaré (Jonathan Roumie) apresenta aqui um perfeito equilíbrio entre ser o Messias que salvará o mundo e ser um simples carpinteiro, que celebra com seus amigos, brinca com crianças e almoça com sua mãe. Atos simples do cotidiano de bilhões de pessoas, mas que, devido à áurea de grandeza que envolve a figura do Salvador, tornam-se difíceis de imaginá-lo praticando, mesmo que ele as tenha realizado. Roumie traz a Jesus uma proximidade ímpar com as pessoas, abraçando-as, rindo e dançando com elas, com uma atenção especial, é claro, às crianças, seres que sempre foram mais próximos do Senhor, por aceitarem seus ensinamentos sem a maldade dos mais experientes. Apesar desse toque de simplicidade, as cenas de poder e sabedoria continuam majestosas, com destaque especial para dois milagres específicos.
O primeiro é a cura do paralítico que foi descido pelo telhado por seus amigos. Jesus não apenas o cura, mas também o usa como exemplo para todos que ali estavam. Naquele momento, eles percebem que aquele não era um simples profeta e que seus poderes só poderiam advir do próprio Deus. Essas pessoas passaram a procurá-lo, não apenas para serem curadas fisicamente, mas também espiritualmente, por meio de suas sábias palavras.
No entanto, nenhuma cena foi tão marcante (pelo menos para mim) quanto a cura de Jessé, também incapaz de andar desde a infância e abandonado por todos ao seu redor, inclusive sua família. Ele se encontrava às margens de um tanque "sagrado", onde esperava ter sua condição revertida. Contudo, jamais conseguia alcançá-lo, pois, além de não conseguir andar, não havia ninguém para estender-lhe a mão. Mais de duas décadas se passaram, e uma falsa esperança continuava a motivá-lo, embora, no fundo, ele soubesse que nunca chegaria ao tanque. Esperar a morte era sua única alternativa.
Isso mudou quando um homem, que sequer se deu ao trabalho de dizer quem era, ajoelhou-se diante dele e perguntou se queria voltar a andar. Jessé começou a lamuriar sobre seus sofrimentos, mas Jesus o interrompeu, dizendo que nada daquilo importava naquele momento. Não importava se ele jamais alcançaria o tanque, pois aquilo não o curaria, e sim Ele, o seu Deus. Naquele instante, toda a angústia vivida por Jessé ao longo de sua vida foi envolvida pelo amor de Jesus por ele. Assim, ele voltou a andar, para o desgosto dos poderosos que duvidavam do poder do Messias.
Mas não é somente de Jesus que essa série se move. Os discípulos têm ampla participação, com destaque para Pedro, Maria Madalena e Mateus, que recebem um ótimo desenvolvimento. Pedro, um pescador trapaceiro e falido; Madalena, uma apostadora alcoólatra e supostamente prostituta; e Mateus, um cobrador de impostos vil. Todos têm seus erros e redenções muitíssimo bem trabalhados, e suas relações entre si e com Jesus funcionam brilhantemente. Detalhes esses que podem parecer simples, mas, que enriquecem esses personagens, lhes humanizando e trazendo camadas que não foram expostas no texto original.
Claro, muitas das tramas e diálogos foram criados especialmente para a série, inclusive alguns traços de personalidade, como o fato de Pedro ser casado e Mateus ser possivelmente autista.
Figuras como Maria, que, assim como seu filho, é elevada aos mais altos níveis de santidade, especialmente na doutrina católica, têm aqui sua simplicidade explorada, como seria esperado de uma adolescente de 14 ou 15 anos que recebeu de Deus a missão de criar o seu Filho.
A produção de Dallas Jenkins, é simples, mas muito superior à maioria das produções do gênero (não há extintor de incêndio no fundo das cenas, como em certas novelas por aí). Os figurinos convencem (até as armaduras romanas, que são um pouquinho toscas), os cenários são belíssimos, e a cinematografia é brilhante ao destacar Jesus nos momentos em que ele está no controle, aumentando a grandeza em volta dele, nos momentos em que ela é necessária, tudo isso, acompanhada pela trilha sonora emocionante de Mattew S. Nelson.
Ela dosa muito bem os momentos grandiosos com os mais descontraídos, o que explica ter captado o interesse de pessoas ao redor do mundo, inclusive não cristãs, para uma história que já foi contada tantas vezes, mas nunca de uma forma tão tocante.
Por isso, minha nota só pode ser 10!
Nota: 10
Essa publicação que acabaram de ler, será a responsável por inaugurar uma nova aba aqui no Lar da Cultura POP, onde disponibilizaremos todas as nossas publicações relacionadas a bíblia e a Jesus em um só lugar, pois, sabemos que não se trata apenas de visualizações, e sim de um trabalho que pode tocar muitas pessoas, e guia-las para o melhor caminho, então, não deixe de conferir, e leva-las adiante!
Nossa... Quanta profundidade neste olhar. Deus irá tocar a muitos por meio dessa obra e de pessoas que divulgam tal instrumento. Eu amei o seriado .. esperando o restante ser gravado.... Sinto como se Jesus me abraca-se qdo abraça Maria Madalena, recebo o acolhimento das dúvidas e da pressa da cura na conversa com Thiago menor, no amor Dele incondicional que vê muito além dos olhos humanos... Eu amo mais que tudo. Viva Jesus nosso Rei e Maria nossa mãe. Parabéns pela publicação maravilhosa 👏 👏 👏 👏
Fabulosa crítica!! Ainda estou assistindo a série e vi em cada frase aqui pontuada realmente a essência dessa história contada tão brilhantemente e que emociona e prende nossos olhos e alma. Parabéns Cultura POP por trazer uma aba sobre as questões bíblicas e de Jesus!!!
Parabéns pela sensibilidade da análise e acerto nas palavras. Estou emocionado e orgulho! Te amo !
Parabéns!
Perfeito ❣️