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Darth Bane: Dinastia do Mal: É o Melhor Livro de Star Wars?

Foto do escritor: Canal Cultura POPCanal Cultura POP

Após ler Darth Bane: Regra de Dois, me tornei fã da minissérie escrita pelo brilhante autor Drew Karpyshyn, que se aprofunda na lenda daquele que possivelmente foi o maior Lorde Sith de Todos os Tempos. Em Dinastia do Mal, temos a conclusão do arco de Bane e Zannah, quando enfim, mestre e aprendiz irão travar o duelo derradeiro para decidir o destino dos sith pelos próximos mil anos, além de amarrar o restante dos arcos desenvolvidos ao longo dos dois livros anteriores. Então, sem mais delongas, vamos analisar esse que para mim, é um dos melhores livros do Legends de Star Wars.

darth bane, junto com outros sith antigos
 

(Darth Bane: Dinastia do Mal: É o Melhor Livro de Star Wars?)


A Regra de Dois é Testada

Darth Bane e Darth Zannah

Dez anos após os eventos de Regra de Dois, Darth Bane agora é um magnata do comércio no longínquo planeta chamado Cicitru, fortalecendo seus contatos com o submundo do crime, enquanto começa a sentir o peso da idade e de seu envolvimento com o lado sombrio, tornando seu corpo cada vez mais fraco.

 Percebendo que sua morte está próxima, Bane teme que sua aprendiz, Lady Zannah, esteja esperando-o fraquejar ao máximo para então matá-lo, uma atitude sábia e oportunista, digna dos antigos sith, mas fraca e covarde para sua Nova Ordem. Lorde Bane sabia que somente um aprendiz digno, capaz de superá-lo em combate, seria merecedor de assumir seu manto, e se Zannah não provasse ser digna, deveria ser descartada.

Porém, Bane sabia que estava velho e talvez não vivesse para treinar um novo servo, e por isso partiu em busca dos conhecimentos do antigo feiticeiro sith, Darth Andeddu, para aprender a técnica da transferência de essência (como Palpatine fez em Ascensão Skywalker).

Enquanto isso, Zannah buscava o seu próprio aprendiz, para então desafiar seu mestre. Ela se considerava no mesmo nível que Bane, mas temia que ele estivesse fingindo fragilidade, para surpreendê-la em combate, por isso, manteve-se cautelosa. Em sua viagem pela galáxia, ele cruza o caminho de um Jedi Sombrio (um usuário da força que explora o lado sombrio, mas que não compartilha das pretensões megalomaníacas dos Sith), chamado Set Harth. Após derrotá-lo em combate, Zannah nota seu potencial e o convence a segui-la como seu aprendiz.

Porém, a narrativa não se prende somente aos Sith, mas também explora a Princesa Serra, filha do curandeiro Caleb, que foi enviada de Ambria para Daon por ele, para manter-se escondida de Darth Bane, que havia tentando matá-la na infância. Serra havia se casado com o Principe Gerran, tornando-se a monarca de Doan ao seu lado, mas após perde-lo em meio ao conflito que se desenrolava entre a Monarquia e um grupo de mineiros rebeldes, ela afunda em uma terrível depressão, fazendo com sua fiel amiga e escudeira, Lúcia (antiga membra do exército Sith, onde inclusive lutou ao lado de Bane quando ainda chamava-se Des), contratasse uma mercenária conhecida como Caçadora, para massacrar os mineiros, na intenção de apaziguar a dor de sua majestade, mas que porém, resulta em uma crise galáctica, que fará com Serra descubra a morte de seu pai pelas mãos de Bane, e ao lembrar-se desse fantasma de seu passado, busque vingança contra ele, tornando-se tão psicótica quanto o próprio sith.

Essa trama de poder, vingança e desconfiança é o que faz com que todas essas forças se esbarrem no decorrer da narrativa, de maneira épica e, ao mesmo tempo, dramática.

Os personagens são muito bem trabalhados, desde seus sentimentos até seus objetivos. As cenas de ação são grandiosas e densas, mostrando a brutalidade crua do conflito galáctico interminável que permeia o universo Star Wars, e, ao mesmo tempo, demonstram a extensão imensa dos poderes da força nas mãos dos usuários que a controlam com a maestria, indo muito além de duelos de espada e piruetas extravagantes, mas sim, capazes de penetrar nas mentes e espíritos dos adversários, fazendo-os se autodestruir de dentro para fora.

Não vou narrar a trama inteira, pois recomendo fortemente que todas leiam esse livro e tirem suas próprias conclusões, mas, no segundo bloco dessa análise, irei citar momentos decisivos da narrativa que considero pontos centrais, não me aprofundarei muito, mas pode estragar a experiência de um potencial leitor, então jovem Padawan, prossiga por sua conta e risco.

 

Final Ambíguo e Brilhante

Darth Bane: Regra de Dois

O final da trama entrega momentos ótimos. O primeiro é a morte de Serra pelas mãos de Bane e sua nova aprendiz, a Caçadora ou Darth Cognus. Serra conseguiu capturar Bane com a ajuda de Cognus, e o torturou por dias em sua Prisão de Pedra em Doan, mas Lorde Bane escapou com a ajuda de Lúcia, que se lembrou se dele em seu passado, e também temia que Serra se tornasse um monstro, caso pudesse continuar torturando-o.

Serra voltou a Ambria para refletir sobre seus erros, e percebeu que seu ódio e amargura lhe fizeram cavar a própria cova, e quando Bane veio ao seu encontro, ela acolheu a morte de bom grado. Logo depois, temos o derradeiro duelo entre Zannah e Bane. Zannah não tinha mais a ajuda de Set, que havia lhe traído e fugido durante sua tentativa de invadir a Prisão de Pedra para matar Bane.

Cognus não interferiu, sabendo que só deveria servir ao mais forte. Assim, Zannah e Bane se enfrentam pelo futuro dos Sith. Bane é mais habilidoso com o sabre e tem mais força física, mas sua aprendiz, com agilidade superior, consegue escapar por tempo o suficiente para utilizar seu grande trunfo, a Feitiçaria Sith, para devastar o corpo de seu mestre. À beira da morte, Bane agarra-se a Zannah, tentando transferir sua essência para ela, mas sua vontade era forte, mantendo os dois espíritos perfeitamente equilibrados no corpo da mulher. Em um choque, o corpo de Bane se desfaz, uma vez que isso ocorreria independentemente se o ritual desse certo ou não, criando uma tensão máxima. Zannah se ergue, apresentando-se pelo próprio nome, negando ser Bane, mas apresentando um tremor na mão esquerda, assim Bane.

Os sinais físicos apontam que Bane possa ter conseguido, mas eu, particularmente, entendo esse final de outra forma.

Darth Bane era um Lorde Sith cruel e manipulador, mas dentro do possível, parecia ser um homem honrado e fiel às suas ideologias. Ele realmente acreditava na Regra de Dois, na regra que definia que aprendiz deve superar o mestre, e Zannah o superou, então, não faria sentido que ele rasgasse a própria ideologia, e através de transferência de essência, reciclando aprendizes até a Era de Darth Sidius e Vader, onde o Lado Sombrio enfim chegou ao poder supremo na galáxia.

Sendo assim, ele estaria praticando o mesmíssimo egoísmo dos antigos sith, e governando sozinho. Esse final também iria contra certas frases de Bane ao longo do segundo livro, onde ele havia se conformado com a realidade de que não viveria para ver o Império Sith.

Por isso, creio que Zannah tenha vencido a disputa mental com Bane, tendo o controle da sua mente, mas mantendo alguns resquícios de seu antigo mestre, como o tremor na mão esquerda.

Outro problema dessa narrativa está na questão de que isso de certa forma iria retirar os méritos dos sith que construíram a Ordem após Bane. E também que seria impossível que ele conseguisse transferir sua consciência para seus aprendizes em 100% dos casos. Fica subentendido no final de Dinastia do Mal que é necessário tocar no outro usuário da força. Quando Darth Plagueis, mil anos depois, matou seu mestre, Darth Tenebrous, ele eliminou-o através de uma explosão sem tocá-lo. E morreu pelas mãos de Darth Sidius, enquanto dormia, sem ter qualquer contato físico. Fica claro no livro ''Darth Plagueis'' de James Luceno, que tanto Tenebrous quanto Plagueis tentaram possuir seus aprendizes, e falharam, ou seja, se Bane estivesse dentro deles, teria sido ceifado totalmente. Então, a ideia de que TODOS OS SITH SERIAM DARTH BANE também não seria possível, tornando esse final alternativo um tanto menos chocante.

 

Por fim, concluo dizendo que se trata de uma das maiores obras do Legends de Star Wars, repleta de ação e drama. É magistral em ampliar a mitologia da galáxia muito, muito distante... Para mim, superando seus antecessores com uma trama grandiosa e complexa, com um final épico e ambíguo, que deixa os fãs arrepiados, pensando nele. Por fim, a nota não poderia ser outra senão... 10. É o Melhor Livro de Star Wars?, difícil saber. Já tive a oportunidade de ler quatro livros do Legends, e entre esses, esse sem dúvida é o melhor, mas, em um universo tão complexo, ainda não é possível sacramenta-lo como o melhor.



Nota: 10



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