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Os Melhores Filmes de História

A história humana é repleta de momentos marcantes, que influenciam nossas vidas até os dias de hoje, e muitas das primeiras obras cinematográficas da história, exploraram fatos reais, romantizados para o cinema. Inclusive, diversos dos maiores clássicos da sétima arte, tem base em fatos reais. Hoje, iremos trazer algumas das melhores obras desse gênero, com base em crítica, bilheteria e opinião pessoal.

 

Oppenhaimer

Um dos melhores filmes de história de todos os tempos, ganhador do Oscar de Melhor em filme em 2023. A história segue uma linha não linear, começando após a vitória Aliada na Segunda Guerra Mundial, com o físico sendo pressionado, por acreditarem que o mesmo possa ter entregue o segredo da Bomba H aos Soviéticos.

Interpretado por Robert Downey Jr, Lewis Strauss é o grande antagonista de Robert ao longo da trama, ressentido pelo descaso do Pai da Bomba com ele, decide influenciar os membros do Conselho de Segurança ao qual Robert faz parte, para lhe retirar, e deixar com Lewis a sua vaga, em uma clássica vingança pessoal.

Então, exploramos a juventude de Oppenheimer, desde 1926, no início de seus estudos, seu envolvimento com o Partido Comunista Estadunidense, a descoberta fissão nuclear até sua convocação para o Projeto Manhattan. A atuação de Cilian Murphy, ganhador do Oscar de Melhor Ator, como Robert Oppenheimer, é impecável, mostrando seu lado frágil e confuso, ao mesmo tempo que a sua grandeza e poder, uma vez que foi o criador da arma mais poderosa que o mundo já viu. A fidelidade histórica é fantástica, dos acontecimentos finais da Segunda Guerra, até os inicias da Guerra Fria, com todas as tensões e contradições sendo bem demonstradas, com uma grande riqueza de detalhes, tantos históricos, quanto científicos.

Por fim, se conclui que além de um ótimo filme de história, é também uma das melhores obras da década.

 

Soldado Ryan

O Resgate do Soldado Ryan, dirigido por Steven Spielberg em 1998, é uma das obras mais impactantes já produzidas sobre a Segunda Guerra Mundial. O filme combina um realismo brutal, dilemas morais profundos e uma narrativa poderosa, que capturam tanto a brutalidade quanto a humanidade em tempos de guerra. A abertura, com a recriação visceral do desembarque na praia de Omaha durante o Dia D, é um marco do cinema. Spielberg não poupa o espectador, apresentando o caos e o horror com uma autenticidade que quase transpõe a tela, deixando claro o custo humano da guerra logo nos primeiros minutos.

Após essa sequência inicial, a trama segue o Capitão Miller (interpretado magistralmente por Tom Hanks) e seu esquadrão, encarregados de localizar e resgatar o Soldado James Ryan (Matt Damon), o último sobrevivente de quatro irmãos, cujos irmãos morreram em combate. Essa premissa simples serve como pano de fundo para explorar questões éticas e morais complexas. O filme se concentra no dilema de arriscar várias vidas para salvar apenas uma e apresenta cada membro do esquadrão como uma perspectiva única sobre a missão. O roteiro, ao fazer isso, humaniza os soldados e mergulha o público em seus medos, esperanças e sacrifícios.

Tom Hanks lidera o elenco com uma performance extraordinária, trazendo ao Capitão Miller uma mistura de vulnerabilidade e liderança firme. Ele é o coração do filme, e seu esforço para equilibrar as exigências da guerra com sua humanidade dá profundidade ao personagem. O elenco coadjuvante, incluindo Edward Burns, Barry Pepper, Giovanni Ribisi e Jeremy Davies, complementa Hanks, criando um grupo diversificado e autêntico de soldados. Matt Damon, embora tenha uma participação mais limitada, cumpre seu papel como o jovem Ryan, simbolizando o valor da missão e o custo do sacrifício.

A direção de Spielberg é um espetáculo à parte. Ele utiliza uma câmera inquieta e uma estética desaturada, que colocam o espectador diretamente no campo de batalha. A colaboração com o diretor de fotografia Janusz Kamiński resulta em uma cinematografia crua e imersiva, enquanto a trilha sonora de John Williams opta por sutileza, permitindo que os sons do combate falem mais alto. Spielberg retrata a guerra não como algo heroico ou glorificado, mas como algo devastador e emocionalmente exaustivo.

Os temas abordados no filme — sacrifício, camaradagem e a futilidade da guerra — são universais e profundamente ressonantes. Spielberg presta uma homenagem sincera aos soldados que enfrentaram horrores indescritíveis, ao mesmo tempo em que questiona as decisões morais e os sacrifícios necessários em tempos de conflito. O Resgate do Soldado Ryan transcende o gênero de filmes de guerra, tornando-se uma reflexão poderosa sobre a humanidade.

Com cinco Oscars, incluindo Melhor Diretor, o filme teve um impacto duradouro no cinema e na televisão, influenciando produções como Band of Brothers. Mais do que um marco técnico, ele é uma experiência emocional que desafia o público a encarar as complexidades da guerra. O Resgate do Soldado Ryan não é apenas um filme, mas uma lembrança cinematográfica do custo da liberdade e da luta pela sobrevivência em meio ao caos. É uma obra-prima que permanece tão relevante quanto poderosa.

 

Forrest Gump

O Contador de Histórias pode ser uma surpresa para alguns , por não tratar tão claramente da história como seu ponto central, e sim na vida de Forrest e sua amada Jenny. Gump sofria com Qi baixíssimo em sua infância, além de problemas para andar, que lhe obrigaram a usar aparelhos metálicos para conseguir caminhar (semelhantes aos usados pelo Presidente Norte-Americano Franklin D. Roosevelt, como o filme também referência).

Sua deficiência lhe tornou alvo de ataques dos garotos da região, sendo sua única amiga, a jovem Jenny, uma garota sem mãe, e abusada pelo pai. Chegando ao exército, Forrest ganha destaque, pois apesar de ´´burro´´ tudo que ele fazia, brilhantemente dava certo, em uma mensagem que demonstra que quando se faz as coisas com o coração e pelo bem do próximo, elas dão certo. Porém, ele jamais esqueceu de Jenny, e seguiu procurando a jovem, que teve uma vida muito diferente, com prostituição e drogas tomando conta dela.

Ao longo da história, temos vários eventos e personagens históricos sendo apresentados. Gump vira atleta da seleção americana de futebol americano, sendo condecorado pelo Presidente John Kennedy. Ele também lutou no Vietnã e estava nas Manifestações dos anos 1960 em Washington, que exigiam a retirada do país do conflito no Vietnã.

Porém, as referências não param por ai. Jenny também surge como membro do movimento Hippie, fazendo referência a Revolução Cultural dos anos 1960, que lutou pela igualdade de sexo e gênero. Temos também referências aos movimentos liderados por Martin Luther King e os Panteras Negras, sendo uma grande carta de amor a história americana, guiada com brilhantismo pela atuação inigualável de Tom Hanks.

Com um orçamento de 55 milhões, os lucros passaram de 670 milhões de dólares em todo o mundo. No Oscar, o filme fez história, vencendo Melhor Filme, Melhor Ator (Para Tom Hanks), Melhores Direção, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição, além de sete indicações ao Globo de Ouro. Forrest Gump, é sem dúvida, um dos melhores filmes de todos os tempos.

 

O Destino de Uma Nação

Mais uma obra que retrata a Segunda Guerra Mundial, dessa vez, pelos olhos do líder britânico, Winston Churchill. A invasão Alemã batia a porta dos britânicos em 1939, e o Primeiro Ministro Neville Chamberlain, foi deposto, pela sua passividade diante do fortalecimento nazifacista.

Com isso, o Rei George VI junto aos membros da Câmara dos Comuns, escolheram Winston como Primeiro Ministro, com uma postura totalmente diferente do seu antecessor.

Churchill queria ir para a Guerra de qualquer jeito, mas boa parte dos políticos e militares acreditavam que eles não teriam chance alguma, especialmente após a Queda da França.

Diversos momentos históricos são apresentados pelos olhos ingleses, como a operação em Dunkirk e as primeiras conversas entre Churchill e Roosevelt, em uma parceria que mudaria os rumos da guerra.

A atuação de Gary Oldman é ótima, adaptando perfeitamente todos os trejeitos do verdadeiro Winston. A trama é baseada na obra autoral de Churchill, lançada na década de 1950, sendo fidedigno historicamente e profundo em relação as entrelinhas do maior conflito militar da história.

 

300

300, dirigido por Zack Snyder em 2006, é uma adaptação estilizada da graphic novel de Frank Miller e Lynn Varley, que reimagina a Batalha das Termópilas. O filme não é apenas um épico de guerra, mas uma celebração visual e narrativa da bravura, do sacrifício e da determinação diante de probabilidades impossíveis. Contando a história dos 300 espartanos liderados pelo Rei Leônidas (Gerard Butler), que enfrentaram o vasto exército persa do rei Xerxes (Rodrigo Santoro), o filme mistura história com fantasia para criar uma experiência visceral e marcante.

A estética é o elemento mais notável de 300. Filmado quase inteiramente com fundo verde, Snyder usa uma paleta de cores desaturadas e uma iluminação dramática para replicar a arte da graphic novel. Cada cena parece uma pintura viva, com batalhas coreografadas como um balé sangrento. A câmera lenta, frequentemente utilizada, acentua os movimentos dos guerreiros, transformando cada golpe de espada e cada flecha disparada em um espetáculo visual. Essa abordagem dá ao filme uma identidade única, elevando a ação a um nível quase mítico.

Gerard Butler entrega uma performance icônica como Leônidas, encarnando a força e a liderança que definem o personagem. Sua entrega de falas, como o inesquecível "This is Sparta!", tornou-se um marco cultural e simboliza a ferocidade e o orgulho espartanos. O elenco de apoio, incluindo Lena Headey como a Rainha Gorgo, oferece equilíbrio à narrativa, trazendo um toque de intriga política e humanidade à trama predominantemente focada na guerra.

O roteiro de 300 simplifica os eventos históricos em favor de uma narrativa épica e heroica. Ele apresenta os espartanos como símbolos de resistência, liberdade e honra, enquanto os persas são retratados como uma força opressora e desumanizada. Essa abordagem polarizada recebeu críticas, especialmente por sua falta de precisão histórica e por representar os persas de forma caricatural. No entanto, é importante lembrar que o filme não busca ser um relato fiel, mas uma fantasia estilizada baseada em uma perspectiva idealizada dos espartanos.

A trilha sonora, composta por Tyler Bates, combina elementos orquestrais com rock moderno, criando uma atmosfera intensa e enérgica que complementa o tom do filme. Essa fusão de estilos reflete a abordagem do filme como uma obra atemporal, que mistura elementos clássicos e contemporâneos.

Embora 300 tenha sido elogiado por sua estética inovadora e pela intensidade de suas batalhas, também enfrentou críticas por glorificar a violência e adotar uma visão simplista do conflito. Apesar disso, o filme conquistou um lugar na cultura pop como um dos épicos de guerra mais memoráveis do cinema moderno. Ele celebra a ideia de sacrifício e coragem, ao mesmo tempo em que oferece um espetáculo visual sem precedentes.

Em última análise, 300 é menos sobre a verdade histórica e mais sobre a construção de um mito. Com sua abordagem visual ousada, direção dinâmica e performances carismáticas, o filme é uma jornada emocionante e eletrizante que continua a cativar o público anos após seu lançamento.

 

1917

1917, dirigido por Sam Mendes e lançado em 2019, é uma obra-prima técnica e emocional que captura a brutalidade e o heroísmo da Primeira Guerra Mundial. Inspirado pelas histórias contadas ao diretor por seu avô, o filme segue dois jovens soldados britânicos, Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), em uma missão aparentemente impossível: entregar uma mensagem para cancelar um ataque e salvar a vida de 1.600 homens, incluindo o irmão de Blake.

O elemento mais marcante de 1917 é sua abordagem visual inovadora. Filmado para parecer um único plano-sequência contínuo, o filme coloca o público diretamente no coração do conflito, criando uma experiência imersiva e ininterrupta. A cinematografia de Roger Deakins é impecável, capturando tanto a beleza quanto a desolação da paisagem de guerra. Cada cena é cuidadosamente composta, levando o espectador por trincheiras claustrofóbicas, campos devastados e vilarejos destruídos, tudo com um nível de fluidez que mantém a tensão constante.

A direção de Mendes equilibra habilmente a grandiosidade técnica com a profundidade emocional. Apesar de sua escala épica, 1917 é, essencialmente, uma história íntima sobre coragem, sacrifício e amizade. George MacKay entrega uma performance poderosa e vulnerável como Schofield, carregando o peso do filme em uma jornada que o transforma de um soldado relutante em um verdadeiro herói. Dean-Charles Chapman também brilha como Blake, transmitindo uma mistura de otimismo e urgência que impulsiona a narrativa.

A trilha sonora de Thomas Newman é outro destaque, complementando perfeitamente o ritmo do filme. A música aumenta a intensidade nas cenas de ação e captura a melancolia e o silêncio da guerra em momentos mais introspectivos. A combinação da trilha sonora com os efeitos sonoros precisos ajuda a criar um ambiente imersivo que faz o público sentir cada explosão, tiro e passo cauteloso dos personagens.

 

A Lista de Schindler

A Lista de Schindler (1993), dirigido por Steven Spielberg, é um marco cinematográfico que aborda o Holocausto com uma profundidade emocional e uma sensibilidade raramente vistas. Baseado no romance de Thomas Keneally, o filme narra a história real de Oskar Schindler (Liam Neeson), um industrial alemão que salvou mais de mil judeus durante a Segunda Guerra Mundial, empregando-os em sua fábrica e protegendo-os da deportação para campos de concentração.

Spielberg utiliza magistralmente o preto e branco para evocar uma sensação documental e atemporal, destacando o contraste entre a brutalidade da guerra e a humanidade dos atos de Schindler. A escolha também permite que momentos específicos, como a icônica menina do casaco vermelho, ganhem um impacto emocional ainda mais profundo, simbolizando a inocência perdida em meio à violência e ao caos. Essa simbologia visual permeia toda a narrativa, tornando a experiência cinematográfica tanto visceral quanto reflexiva.

Liam Neeson entrega uma das performances mais memoráveis de sua carreira, retratando Schindler como um homem complexo: inicialmente movido pela ambição e pelo lucro, ele gradualmente se transforma em um herói humanitário ao testemunhar as atrocidades cometidas contra os judeus. Ralph Fiennes é igualmente brilhante como o cruel Amon Göth, o comandante nazista cujo sadismo e desprezo pela vida humana são perturbadores. A atuação de Fiennes captura a banalidade do mal com uma intensidade que arrepia.

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